O Linkin Park é mais do que uma banda para os brasileiros — é um símbolo que atravessa gerações. Seus shows em São Paulo e no Rock in Rio, com multidões entoando “In the End” em perfeita harmonia, criaram um laço eterno com o país. Mas há um aspecto menos celebrado que também encanta os fãs locais: sua ligação do com os videogames.
Em um Brasil onde a cultura gamer explode — mais de 70 milhões de jogadores, segundo a Pesquisa Game Brasil 2024 —, a banda transcende os palcos e invade as telas, seja nos consoles ou nos campos virtuais dos Esports, unindo música e interatividade em uma sinergia que reflete a paixão pulsante do público brasileiro.
E aproveitando que a banda vem ao nosso país em novembro deste ano, por que não contar um pouco da conexão deles com os videogames?
Trilha sonora nos videogames
A discografia do Linkin Park ganhou vida própria nos videogames, com destaque em títulos que conquistaram os brasileiros. Jogos de ritmo como Beat Saber transformam hinos em experiências sensoriais: o Linkin Park Music Pack de 2020 traz 11 faixas, como “Numb”, “Crawling” e “Faint”, enquanto o pacote de 2023, com Mike Shinoda, adiciona “Lost” e “Numb/Encore” (com JAY-Z).
Drums Rock lançou em 2025 cinco músicas, incluindo “One Step Closer” e “Somewhere I Belong”, perfeitas para quem quer liberar energia na bateria. Já Rocksmith 2014 Edition oferece um DLC com “What I’ve Done” e “Guilty All the Same”, enquanto Rock Band 4 entrega hits como “Lying From You” e “Bleed It Out” para noites de rock entre amigos.

Clássicos mais antigos ainda têm seu espaço. Guitar Hero: Warriors of Rock inclui “Bleed It Out” em seu setlist, um tesouro para quem preserva o console. Fora do gênero musical, o Linkin Park brilha em trilhas de ação: “The Catalyst” dá tom a Medal of Honor, e “New Divide” cria o ritmo de Transformers: Revenge of the Fallen.
Esses jogos, encontrados em coleções ou emuladores, mostram como a banda se infiltrou no cotidiano gamer brasileiro, das metrópoles às lan houses do interior.
E não dá para esquecer “What I’ve Done”, que, além de estar nos jogos, virou meme nas redes sociais, aparecendo em clipes exagerados com créditos falsos a Michael Bay, uma brincadeira que os fãs brasileiros adoram compartilhar.
Lendas da banda e a paixão pelos games
A paixão do Linkin Park pelos videogames não é apenas um detalhe comercial — ela reflete os interesses genuínos de seus integrantes. Chester Bennington, vocalista da banda até seu falecimento em 2017, era um aficionado por jogos de tiro.
Em entrevistas à Kerrang! e conversas no Linkin Park Underground, ele revelou que Halo e Call of Duty eram seus escapes entre turnês, uma forma de canalizar a adrenalina fora dos palcos. Essa conexão se concretizou em 2012, quando ele e Mike Shinoda se apresentaram no lançamento de Medal of Honor: Warfighter, unindo música e batalhas virtuais em um evento inesquecível.
Mike Shinoda, co-fundador e coração criativo da banda, vai além do hobby: ele é um gamer engajado e criador. Fã de RPGs como Final Fantasy, algo que compartilhou em streams no Twitch durante a pandemia, Shinoda também idealizou Linkin Park: 8-Bit Rebellion!, um jogo mobile lançado em 2010 com a faixa exclusiva “Blackbirds”.
Em entrevistas à MTV e Rolling Stone, ele descreveu o projeto como uma extensão da identidade da banda, fundindo som e pixels em uma aventura retrô.

Joe Hahn, o DJ e gênio visual, completa o trio com seu amor por arcades. Em making-offs como o do clipe “Pts.OF.Athrty” e eventos como a NAMM, Hahn citou Street Fighter como favorito, trazendo um toque nostálgico que se reflete em seus trabalhos visuais com estética tecnológica.
Os membros originais Brad Delson, Dave “Phoenix” Farrell e Rob Bourdon, embora menos expansivos sobre o tema, cresceram na era dos anos 90, auge de consoles como PlayStation e Nintendo 64. Rob, em uma entrevista à Modern Drummer em 2003, mencionou seu gosto por atividades competitivas, sugerindo um possível interesse em jogos multiplayer.
Já os novatos Emily Armstrong e Colin Brittain, que entraram em 2024, ainda não compartilharam seus hábitos gamers, mas integram um legado que os conecta a esse universo tão querido por fãs do entretenimento digital.
“Heavy Is The Crown”: um hino nos campos de League of Legends
A mais recente prova dessas ligações com o cenário gamer veio em 2024 com “Heavy Is The Crown”, o hino oficial do League of Legends Worlds 2024. Em parceria com a Riot Games, a música — lançada como single e com um videoclipe no YouTube — captura a grandiosidade do campeonato mundial do MOBA, um fenômeno que mobiliza milhões de brasileiros.
Com letras sobre resiliência e um clipe que mistura batalhas estilizadas com a nova formação da banda, a faixa reflete a energia épica de LoL. Estreada ao vivo em Seul, na final do Worlds, “Heavy Is The Crown” uniu o rock visceral do Linkin Park aos Esports, conquistando streamers e jogadores no Brasil, onde o jogo é uma febre cultural.
Linkin Park no Brasil: um legado vibrante
No Brasil, onde os videogames são extremamente populares e os Esports lotam arenas, o Linkin Park encontrou um terreno fértil. A banda também mantém viva sua relação com os fãs brasileiros através de shows marcantes, como os de 2004, 2012 e 2017, e agora planeja retornar em 2025 com a From Zero World Tour.
Serão três apresentações em novembro: dia 5 em Curitiba (Estádio Couto Pereira), dia 8 em São Paulo (Estádio MorumBIS) e dia 11 em Brasília (Arena BRB Mané Garrincha), celebrando o novo álbum From Zero e clássicos atemporais.
De fato, de Beat Saber em realidade virtual a sessões de Rock Band com amigos, passando por ranqueadas de LoL ao som de “Heavy Is The Crown”, o Linkin Park está em toda parte. E com Emily e Colin ao lado de Shinoda, Hahn, Delson e Farrell, o grupo renova esse vínculo.
O Linkin Park não apenas toca — ele joga, vibra e conecta, provando que seu impacto vai além da música, pulsando nos controles e telas de um país que vive o rock e os games com fervor incomparável.
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