Winning Eleven faz 30 anos: relembre primeiro jogo da série

 



Há exatos 30 anos, em 21 de julho de 1995, a Konami lançava no Japão um jogo que mudaria para sempre a forma como os fãs se relacionavam com o futebol virtual: J-League Jikkyou Winning Eleven, o primeiro da série que se tornaria um fenômeno global.

Lançado exclusivamente para o primeiro PlayStation, o game era focado na liga japonesa — e por isso, muitos jogadores do Ocidente só conheceriam a série um pouco depois. Mas ali já estavam as bases do que faria Winning Eleven (e futuramente Pro Evolution Soccer, hoje eFootball) conquistar corações mundo afora: jogabilidade mais técnica, movimentação realista pra época e um ritmo que lembrava uma partida de verdade, mesmo com os gráficos ainda limitados.

Mesmo com um escopo modesto, Winning Eleven foi um sucesso comercial em seu território. Estima-se que o jogo tenha vendido cerca de 270 mil cópias no Japão, número considerado expressivo para um título de nicho e de estreia, voltado a uma liga local.

Winning Eleven

A crítica especializada japonesa elogiou a física da bola, os controles responsivos e o esforço da Konami em simular o futebol com mais realismo, algo que os concorrentes ainda tratavam de forma mais arcade. A Famitsu, revista de games mais influente do país, deu ao jogo uma nota 30/40, destacando sua “jogabilidade promissora” e “potencial de crescimento”.

Entre os fãs, o impacto foi imediato. Fóruns japoneses da época (ainda em BBS, bem raiz) apontavam que o game se tornara um favorito em locadoras e disputas entre amigos. “É como jogar uma partida de verdade”, dizia um jogador em uma edição da revista Dengeki PlayStation, em 1995. “Só falta poder gritar com o juiz”, brincou outro.

Não tinha Cristiano Ronaldo, Messi nem times europeus. Em vez disso, os fãs controlavam craques como Kazu Miura e Masashi Nakayama, com narração animada em japonês e menus cheios de charme retrô. Mas, mesmo sem as estrelas do futebol mundial, o game tinha algo raro: era divertido de jogar.

Winning Eleven

Enquanto outros títulos da época apostavam em jogabilidade mais arcade, Winning Eleven já mostrava uma proposta mais tática, com foco no passe, no posicionamento e no domínio de bola. Era difícil, às vezes até frustrante, mas recompensador. Era como futebol de verdade. A sensação de controlar um time com mais liberdade e menos “correria” marcou uma geração inteira que logo abraçaria as futuras versões da série.

O futuro de Winning Eleven

A partir dali, a franquia evoluiria com velocidade: Winning Eleven 3 já traria seleções internacionais, e Winning Eleven 4chegaria ao Brasil com força, ainda em japonês, mas com edições pirateadas cheias de jogadores como Ronaldo, Rivaldo e Batistuta. A série atingiria o auge com PES 5 e PES 6, vendendo milhões de cópias no mundo todo e sendo considerada pela crítica como o melhor simulador de futebol do planeta na época.

Mesmo depois da transição para eFootball e de altos e baixos recentes, o legado de Winning Eleven permanece vivo — seja em campeonatos amadores, seja na memória afetiva de quem passou horas ajustando formação e dando carrinho no amigo. Trinta anos depois, uma coisa é certa: tudo começou com aquele disco cinza de PS1, um punhado de times japoneses e uma proposta ousada: simular o futebol com alma e controle. O resto virou história.

Parabéns, Winning Eleven, e obrigado pelas memórias!

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